STOCCONTANDO

DICAS MUSICAIS E INFORMAÇÕES CULTURAIS

Resposta… agosto 24, 2009

Filed under: Afins,De...Para — stoccontando @ 10:43

Salve Salve…

Esse post é a resposta de uma pergunta feita por uma leitora do Stoccontando, Barbara.

 

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Barbara, essa maravilhosa arte é uma serigrafia do consagrado artista, Carybé (Hector Júlio de Pari Bernabó/1911-1997). Argentino de nascimento, Carybé foi na verdade um baiano daqueles, respeitadíssimo no mundo das artes, um dos mais consagrados nomes da nossa pintura.

Com traços simples e que as vezes remetem até à arte pré-histórica, Carybé retrata as mulatas lavadeiras, os pescadores, as prostituras, os capoeiristas, as casas antigas e as ladeiras.

O primeiro contato do pintor com a Bahia foi em 1938, contratado para fazer uma reportagem sobre Lampião – que encontrou já decapitado. Em 50 voltou definitivamente, contratado para desenhar a capital baiana, e passou a integrar um movimento pela atualização do ambiente artístico e cultural no estado, junto com Mário Cravo, Jenner Augusto e Genaro de Carvalho, entre outros.

A partir daí transformou-se em um personagem típico da cidade de Salvador, como Jorge Amado e Mãe Menininha do Cantoá. Envolveu-se com o candomblé – era filho de Oxossi e Obá de Xangô, posto alto dentro da religião – e o misticismo invadiu sua obra, que se encheu de orixás e terreiros, e na década de 80 resultaram no livro Iconografia dos Deuses no Candomblé da Bahia, com 128 aquarelas de Carybé e fotografias de Pierre Verger, etnólogo estrangeiro radicado em Salvador, apresentação de Jorge Amado e de Antônio Carlos Magalhães.

Apesar de ter começado a expor em Buenos Aires durante a década de 40, Carybé só ganhou “forças” após a mudança para a Bahia . Entre 51 e 63 participou de 5 Bienais de São Paulo, ganhando em 55 o prêmio de melhor desenhista nacional e merecendo sala especial na exposição de 61. Em 56 teve sala especial na XXVIII Bienal de Veneza. Ilustrou obras de Jorge Amado, Rubem Braga e Gabriel García Márquez, além de uma edição de 79 de Macunaíma, de Mário de Andrade, com prefácio de Antônio Bento.

Fez cenários para o cinema, como os 1600 desenhos para a primeira versão do filme O Cangaceiro, de Lima Barreto, onde também atuou como figurante e fez a abertura da novela Gabriela. Seus murais, influenciados por Picasso e Diego Rivera, estão espalhados por Salvador, Nova York e Londres, trazendo uma profusão de detalhes e coloridos que reafirmam o misticismo dos Orixás, sempre presentes, e a sensualidade do povo humilde de Salvador.

Sem dúvida, seu domínio sobre o desenho dá a Carybé liberdade para trabalhar com diversos materiais e imprimir a cor como elemento de reforço da linha, o que o coloca entre os mais importantes artistas brasileiros.

 

É isso Barbara! Agradeço pela pergunta e aproveito a deixa para reforçar que o Stoccontando é exatamente isso, um espaço de informação e troca de conhecimento, onde todos [inclusive eu] aprendem e compartilham cultura, seja ela do meio da música, das artes plásticas, do cinema ou da poesia.

 

Paz – Cultura e Música a todos!

 

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2 Responses to “Resposta…”

  1. Lisani Albertini Says:

    Nossa,

    estava pesquisando imagens para minha tese de mestrado e sem querer caí na sua página, ainda não conhecia o trabalho do Caribé, foi uma grande descoberta…

    Obrigada pela ajuda,
    mesmo que indireta.

    Abraços Lisani

  2. Johnb30 Says:

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